a ela, com toda a saudade do mundo.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
de praxe
Durmo
Com novos sentimentos
E desejo um dia
Diferente.
Acordo
Com as mesmas possibilidades
De um dia
Comum.
Quero uma folga!
De mim
Mas o que fazer
Quando a inconstância vira clichê?
C.S.S.
terça-feira, 10 de maio de 2011
tempo
sempre tive medo desse tal de tempo.
“todo mundo tem seu tempo”, já dizia o meu avô.
tem gente que não vê o tempo passar
e por isso jura que ele voa.
tem gente que diz que ele é dinheiro
e detesta perder tempo.
tem gente que faz de tudo pra ganhar tempo
e gente que prefere pedir.
tem gente que, quando não sabe o que fazer,
dá tempo ao tempo.
tem gente que simplesmente
dá um tempo.
tem gente que gosta de planejar o tempo
e gente que corre contra ele.
tem gente que não tem tempo pra nada
e gente que sempre dá um jeitinho de ter tempo pra você.
tem gente que pararia o tempo
naquele momento.
e gente que só queria viver
em outros tempos.
o tempo trás novos amores e amizades,
mas aumenta a saudade dos que estão longe.
o tempo cura tudo
e o mesmo tempo mata.
vai ver é por isso que ele é relativo.
(agora me diz se não é mesmo pra ter medo?)
C.S.S., perdendo tempo na internet
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
eu
Sou aquela que deseja
Tudo e nada
Mordo como quem beija
Alma inacabada
Sede de infinito
Do terror, me resta o grito
Angustiante
Melancólico
Bucólico
Errante
As coisas são assim...
Chorar já não posso
Será esse meu fim?
Tudo e nada
Mordo como quem beija
Alma inacabada
Sede de infinito
Do terror, me resta o grito
Angustiante
Melancólico
Bucólico
Errante
As coisas são assim...
Chorar já não posso
Será esse meu fim?
C.S.S., julho de 2006
(des) razão
Pingos ácidos da alma
Acumulam uma realidade que mastiga e cospe
O mínimo de paz que ainda me resta
Na amplitude de minha insignificância
Sinto que a razão passa, fluida, por entre os dedos
Atormenta-me a liberdade que a loucura me dá.
Acumulam uma realidade que mastiga e cospe
O mínimo de paz que ainda me resta
Na amplitude de minha insignificância
Sinto que a razão passa, fluida, por entre os dedos
Atormenta-me a liberdade que a loucura me dá.
C.S.S., novembro de 2007
Filosofando no Box
Tomar banho todos os dias é a mais importante regra de higiene pessoal (e de bom convívio social, diga-se de passagem). Gosto de segurança na limpeza. Água e sabão em abundância não bastam. Uma boa esponja é fundamental. E não me venha com a tecnologia das “redinhas” ou cerdas especiais, em casa usa-se a tradicional. Primeiro molha-se tudo. Shampoo duas vezes e condicionador por cinco minutos. Cabeça descansa, vai-se para o corpo. A esponja já esta pronta para o serviço. Gorda d´água. Inchada. Pingando. Penso em como seria fácil ter um “coração-esponja”. Sonhos-frustrados-palavras-não-pensadas-porém-ditas-amores-mal-resolvidos. A água não habitaria os olhos nem encharcaria a memória daquele que tem um “coração-esponja”. Um simples apertão. Um ralo. Uma esponja seca e pronta pra outra. Seguro a minha esponja como quem segura o coração de toda uma via. Onde diabos deixei minha toalha?
C.S.S., março de 2009
Breve história de um bem-te-vi de vida curta
O bem-te-vi era um pássaro bacana. Tinha emprego fixo, carro da moda e o que fazer aos domingos. Gostava de emprestar dinheiro a seus amigos boêmios em troca de algumas andorinhas perdidas e, vez ou outra, acreditava em finais felizes. Mas como todo bom bem-te-vi, entediou-se. No fundo sabia que podia queria arriscar vida nova namorar tempo era curto era preciso se apressar andorinha a voar pimba. Fez o que podia não podia feriu saiu ferido perdeu tudo vida besta. O bem-te-vi era um pássaro bacana. Mas bico com bico não dá.
C.S.S., outubro de 2008
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
ser para crer
Brincando de S E R
em prosa
e
poesia
-1-
“apresentando-SER”
Infinitivo de três letras unidas em um conjunto monossilábico perfeito. A escolha entre um s e r mão e um s e r vil. O que é ou se supõe s e r.
-2-
“tentativa de PARE,SER”
Pareço
s e r
Penso que
s o u
Não quero
s e r
O que não
s o u
S e n d o
entre espaços
S o u
mais de um
S e n d o
vários Não
s o u
nenhum
de tanto querer s e r
não fui.
C.S.S., pare-sendo
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