segunda-feira, 29 de outubro de 2012

e viveu feliz para sempre...


Eram duas almas que se amavam.
Mas o coração termina onde começa a cabeça,
E a cabeça é egoísta.

Em contos e encontros de fadas,
Há sempre união eterna e feliz.
Mas o que fazer quando a separação cai melhor à felicidade?

Calado o coração,
Diz-se adeus com a cabeça,
Em encenação de atriz.

O final não tinha plural no verbo,
Mas foi feliz.

Carol, só

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Por uma ausência sempre presente



A ausência sempre me caiu bem. A presença é assaz forte que fala por si só, nem sempre o papo agrada. Na ausência coloca-se o que quiser. Construí heróis colecionando ausências, e entre presenças fui percebendo pouco caráter.

Meu mundo, na crueza em que se encontra, pouco vale. Há tempos venho tentando inundá-lo de fanfarronices e surrealidades. E na ânsia de existir para além dos meus sonhos, centrei minha satisfação no impossível.

Quero que me conheçam de longe, aproximar é conhecer demais. No dia em que todos me conhecerem, ausentar-me-ei para sempre. 

C.S.S.