quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

eu

Sou aquela que deseja
Tudo e nada
Mordo como quem beija
Alma inacabada

Sede de infinito
Do terror, me resta o grito
Angustiante
             Melancólico
                         Bucólico
                                  Errante

As coisas são assim...
Chorar já não posso
Será esse meu fim?

C.S.S., julho de 2006

(des) razão

Pingos ácidos da alma
Acumulam uma realidade que mastiga e cospe
O mínimo de paz que ainda me resta
Na amplitude de minha insignificância
Sinto que a razão passa, fluida, por entre os dedos
Atormenta-me a liberdade que a loucura me dá.

C.S.S., novembro de 2007

Filosofando no Box


Tomar banho todos os dias é a mais importante regra de higiene pessoal (e de bom convívio social, diga-se de passagem). Gosto de segurança na limpeza. Água e sabão em abundância não bastam. Uma boa esponja é fundamental. E não me venha com a tecnologia das “redinhas” ou cerdas especiais, em casa usa-se a tradicional. Primeiro molha-se tudo. Shampoo duas vezes e condicionador por cinco minutos. Cabeça descansa, vai-se para o corpo. A esponja já esta pronta para o serviço. Gorda d´água. Inchada. Pingando. Penso em como seria fácil ter um “coração-esponja”. Sonhos-frustrados-palavras-não-pensadas-porém-ditas-amores-mal-resolvidos. A água não habitaria os olhos nem encharcaria a memória daquele que tem um “coração-esponja”. Um simples apertão. Um ralo. Uma esponja seca e pronta pra outra. Seguro a minha esponja como quem segura o coração de toda uma via. Onde diabos deixei minha toalha?


C.S.S., março de 2009

Breve história de um bem-te-vi de vida curta


O bem-te-vi era um pássaro bacana. Tinha emprego fixo, carro da moda e o que fazer aos domingos. Gostava de emprestar dinheiro a seus amigos boêmios em troca de algumas andorinhas perdidas e, vez ou outra, acreditava em finais felizes. Mas como todo bom bem-te-vi, entediou-se. No fundo sabia que podia queria arriscar vida nova namorar tempo era curto era preciso se apressar andorinha a voar pimba. Fez o que podia não podia feriu saiu ferido perdeu tudo vida besta. O bem-te-vi era um pássaro bacana. Mas bico com bico não dá.

C.S.S., outubro de 2008

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ser para crer



Brincando de S E R

em prosa
e
poesia

-1-

“apresentando-SER”

Infinitivo de três letras unidas em um conjunto monossilábico perfeito. A escolha entre um s e r mão e um s e r vil. O que é ou se supõe s e r.

-2-

“tentativa de PARE,SER”

Pareço
s e r
Penso que
s o u
Não quero
s e r
O que não
s o u

S e n d o
entre espaços
S o u
mais de um
S e n d o
vários Não
s o u
nenhum

de tanto querer s e r
não fui.

C.S.S., pare-sendo