Esgotada pelos subterrâneos do saneamento básico
decidiu procurar nova morada.
Desbaratou-se
sem grandes expectativas
e encontrou o paraíso naquele lugar
que saberia apenas tempos depois
se tratar de uma biblioteca.
Era um prédio simples e o movimento humano
ainda que pequeno
lhe rendia bons farelos de bolacha água e sal.
Era um barato
se aventurar entre tantos mundos
horizontalizados em tatuagens no papel.
Ao lado da história do Brasil
em um tubo metálico e frio
viu uma foto sua com os dizeres
mata baratas e
formigas
teve medo.
No mesmo dia caminhou pelo dicionário
conheceu o significado da palavra
ojeriza
lembrou de Rousseau
e do homem bom que é corrompido pela sociedade
tentou perdoar.
Com os franceses aprendeu também
que existia porque pensava
sentiu-se inteligente
considerando a média dos artrópodes
só sei que nada sei
é falsa modéstia de grego.
Distraída pela paz
de seu equilibrado estado de espírito
não viu o chinelo
rápido e certeiro:
maldito pragmatismo!
C.S.S.
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