Deu
6, fim de expediente. Correria do trabalho, 2 filhos, nem 1 pai. Estava
cansada, mas isso não importava. Via no cansaço o sintoma de uma moléstia que
seria brevemente curada com o abraço apertado de sua pequena e os resmungos de
seu pré-adolescente.
Parou
para comprar lanche, perdeu o ônibus das 6 e 15. Esperando a condução, o
inesperado tiro. Havia sido 1 das 12.
Os números,
que escondem nomes e dores, já não acalmam mais o coração. E na espera da mãe,
chegou a tia.
Ele chorou, tentando lavar os olhos e tirar a
realidade que não queria ver. “o céu ganhou um novo anjo, que estará sempre
cuidando de nós”, a tia disse à pequena. A inexperiência de seus 4 anos,
felizmente, deu esperança à sua dor. “no céu tem whatsapp, né, tia?”, perguntou
retoricamente, sem qualquer pretensão de resposta, e voltou para suas bonecas,
que aguardavam a chegada da mãe.
C.S.S., por uma Goiânia com menos mortes e mais poesia
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